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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Eras tu

O vazio era tudo o que me preenchia. O ar não se deixava respirar, a luz não reflectia as cores da paisagem, como que se me fizesse viver numa realidade paralela, sem cor. O coração parecia não bater, o sangue parecia estagnado por entre veias e artérias, incitando à inércia os músculos todos do meu corpo. Sentia que nada fazia sentido. Estava só e perdido. Não caminhava por não ter destino. Não tinha sequer um túnel, para poder imaginar como seria a luz ao seu fundo. Sentia que tudo não era nada, e era esse nada que representava tudo.

Mas aí aparecias tu.

Sorrindo para mim. Abraçando-me. Aquecendo o meu ser. Chamando-me de amor. A vida voltava a ter cor, muito mais do que alguma vez tivera, superando todo e qualquer sonho alguma vez sonhado. O coração batia freneticamente, as veias palpitavam ao ritmo cardíaco, agora estimulando os músculos. Sentia-me no topo do mundo. Amava-te. Não era um amor de viagem. Não era amor de férias. Não era amor de verão, inverno, ou qualquer outra estação. Era amor. Puro e simples. Nu e cru. Simplesmente, amor.

Eras a Luz. Eras o Calor. Eras a Cor. Eras tudo. Passei a depender de ti. Eras mais que o ar que eu respirava, eras a força que fazia com que os pulmões trabalhassem. Eras tu...

Mas aí, errei eu.

Acreditei. Entreguei-me. Fiz o que pude e o que não pude. Fiz o que devia, mas principalmente, o que não devia. Amei-te. Não me arrependo do que fiz por ti, para ti. Passaram-se noites e noites em que não me saíste do pensamento. Foram tempos em que eras só tu, apenas tu. Fizeste e refizeste. Usaste e abusaste. E eu ali. Aguentei. Até ao dia. Dia esse em que disse para mim que te ia esquecer. Dia esse que foi o princípio do fim.

Mas aí, restou o sentimento. O sentimento de que, aconteça o que acontecer, tu foste, és e serás, quem mais amei em toda a minha vida.

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