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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Herói Desconhecido

O Homem de quem vou falar hoje é verdadeiramente um Homem com um "H" dos grandes. Aristides de Sousa Mendes foi um dos grandes heróis da 2.ª Guerra Mundial, embora muitos desconheçam tal facto. Soube dos feitos deste senhor numa exposição na escola, quando andava no 7.º ou 8.º ano. Fiquei espantado. Não sabia que um português tinha feito tanto para salvar tanta gente.
Aristides de Sousa Mendes (Cabanas de Viriato, 19 de julho de 1885 — Lisboa, 3 de abril de 1954), era Cônsul em Bordéus aquando a invasão nazi em França, decorria o ano de 1940. Sousa Mendes desafiou expressamente as ordens de António Salazar, que chefiava o governo na altura, ao conceder cerca de 30 mil, repito e destaco, 30 mil vistos de entrada para Portugal, permitindo assim a milhares de famílias fugir do holocausto.
Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra e fixou-se na capital, no ano de 1907. Aristides ocupou diversas delegações consulares portuguesas pelo mundo fora, entre elas: Zanzibar, Brasil, Estados Unidos da América. Foi também Cônsul na Bélgica, onde conviveu com Albert Einstein.
Com a invasão Nazi a França, Aristides contraria as ordens expressas de Salazar para não emitir vistos a "estrangeiros de nacionalidade indefinida, contestada ou em litígio, os apátridas e os judeus". Juntamente com a sua família e um rabino belga, passou vistos em quase tudo que era papel que existia. Desta forma, seria mais fácil fugir para os Estados Unidos, onde se livrariam do caos em que se encontrava a Europa em geral.
Depois de retornar a Portugal, foi destituído do cargo, proibido de exercer direito, retiraram-lhe a carta de condução, e viveu muito da solidariedade alheia, principalmente da comunidade judaica. Acabou por ficar na miséria, com a venda dos seus bens, a morte da sua esposa e a emigração dos filhos. Diz-se também que após a morte da mulher viveu com uma amante francesa que em muito ajudou para o estado miserável em que se encontrava.
Acabou por falecer a 3 de Abril de 1954, num hospital de franciscanos. A sua miséria era a tal ponto que não tinha roupa própria, acabando por ser enterrado com o hábito franciscano.

Quando soube disto, fiquei revoltado. É assim que retribuem o que este Homem fez? Salvou milhares de vidas, imaginem a quantidade de gente que por aí anda nesse mundo fora que sobreviveu, que nasceu, que casou, através dos feitos deste Homem. E no fim acaba na miséria, sem sequer ter o que vestir. Por estas e por outras é que às vezes me pergunto se vale a pena fazer o bem. Ele fez, e vejam como ele acabou.

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